Ensaio – Kawasaki ZZR 1400 Licença para voar

Por a 28 Agosto 2016 14:50

A performance de uma moto como a Kawasaki ZZR1400 é dificil de descrever, mas mais difícil de explorar na via pública, já que, em primeira, passa dos 100 km/h em 2,5 segundos. Num instante chega aos 299 km/h e ainda por cima não é desconfortável, para uma desportiva. Quando uma moto consegue chegar aos 100 km/h antes que eu consiga dizer o meu nome completo, fica logo claro o poder da sua performance.

A ZZR 1400, juntamente com a Suzuki Hayabusa, criou uma categoria própria, que dá pelo nome de Hipermotos. É uma espécie de muscle bike, com prestações de cortar a respiração, mas mais confortável que as desportivas radicais. A colocação dos avanços e dos pousa-pés permite uma posição de condução menos agressiva, com o banco de dimensão generosa a contribuir para uma maior comodidade, não só do condutor, mas também do pendura. Aliás, ser pendura numa moto destas, é um autêntico desporto radical…

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Poderosa

Esta Kawasaki é uma moto pesada, são quase 270 kg em ordem de marcha, o que se sente particularmente quando se ataca uma estrada sinuosa. Apesar do bom comportamento da suspensão e da aderência do gordo pneu traseiro, as mudanças rápidas de direcção exigem esforço físico, sobretudo para quem a prática de desporto passou a ser mais sazonal do que semanal. Esta característica tem um lado bom, que é a estabilidade a alta velocidade, coisa que a ZZR 1400 parece estar sempre a pedir.

Dentro de um quadro monobloco em alumínio está montado um motor de 4 cilindros em linha, com um binário de 162,5 Nm às 7500 rpm, com duas árvores de cames a comandar as 16 válvulas. A potência máxima é de 200 cv às 10000 rpm, mas com o sistema de ar forçado (Ram-Air) pode chegar aos 210 cv.

Tendo em conta a potência disponível no punho direito, o peso até acaba por ser esquecido, a aceleração é simplesmente brutal, mas sempre linear e progressiva desde as 3000 rotações. Um motor de 4 cilindros em linha é sempre muito suave e este não é excepção, mesmo com o poderio que apresenta. Se ao início a aceleração da ZZR causa apreensão para os menos experientes, com o passar do tempo o vício instala-se. A resposta é sempre pronta, seja qual for a rotação, a velocidade ou a relação de caixa.

A ZZR1400 está disponível em duas versões, normal e Performance Sport, com o modelo de 2016 a usar novas configurações na ECU e um sistema de escape revisto para ajudar cumprir as normas Euro IV, sem sacrífício da potência.
O painel de instrumentos também é novo com mostradores analógicos e um ecrã LCD ao centro, com uma leitura reversível preto/branco consoante os desejos do condutor.
A versão Performance Sport inclui novas pinças Brembo e um amortecedor traseiro Öhlins TTX39, desenvolvido especificamente para a ZZR, além de um par de elegantes silenciadores Akrapovic – não presentes na versão fotografada, mas de série no modelo de 2016.

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É fácil, e muito tentador, transgredir a lei com uma moto destas, o que, não sendo aconselhável, é um desafio constante. Felizmente, os travões são muito potentes, a manete tem um bom tacto que torna fácil dosear a pressão aplicada e só o pedal que comanda as maxilas traseiras tem um curso mais longo do que seria desejável.

Como é uma desportiva, o corpo está sempre exposto ao vento, o que pode ser uma vantagem a velocidades moderadas, pelo alivío da pressão que recai sobre os pulsos, nomedamente numa utilização citadina. Mas a partir dos 160 km/h, já é necessário baixar a cabeça e usufruir da protecção do vidro. A velocidade máxima está limitada a 299 km/h, e a ZZR chega lá num ápice. A caixa de 6 velocidades é precisa, está bem escalonada e não pede esforço ao pé esquerdo, a única coisa que exige é que este seja rápido o suficiente para acompanhar a velocidade com que a agulha do taquímetro dispara para as 11 000 rpm, que é onde começa a red line. O som quando se usam estas rotações é tão enebriante para quem conduz, como assustador para quem o ouve a passar.

O botão power mode permite selecionar a entrega de potência entre os modos Full e Low. No primeiro, temos a potência toda, no segundo, a resposta é mais suave e só 75% do “poder total” é confiado à roda traseira. Além disto, o controlo de tracção (KTRC) tem 3 modos de intervenção, do mais conservador ao mais liberal, mas pode ser desligado. Isto significa que a combinação “Low” com o “Modo 3” do KTRC , é a faceta mais civilizada que a ZZR consegue assumir e ideal em piso escorregadio.

Claro que na maior parte do tempo, a escolha recaiu sempre no modo Full com KTRC no nível 1, não só para usfruir em pleno deste avião com duas rodas, mas também para ficar convencido que sou mais destemido do que na realidade sou. A utilização do punho direito à saída da curva deve ser feito com muita parcimónia, mas seja qual for o nível de condução, o prazer está sempre garantido.

Nas motos desportivas, quando se roda o punho do acelerador, a potência chega por vezes de forma mais abrupta, por culpa das borboletas de grande diâmetro, o que traz implicações negativas óbvias na condução. A tecnologia de duplo acelerador de válvulas da Kawasaki, permite controlar melhor a resposta do motor, contribuíndo para um melhor desempenho.
Com este sistema, um segundo conjunto de válvulas, controlado pelo ECU, regula o fluxo de ar da admissão garantindo assim uma resposta natural e linear. Esta regulação do fluxo de ar melhora o desempenho, mas também a suavidade e a eficiência. Como em todos os gestores de tecnologia da Kawasaki, o duplo acelerador de válvulas foi criado sobre o lema “conhecer as necessidades do piloto para lhe fornecer sensações únicas”.

O controlo de tracção (KTRC) tem 3 modos de actuação e com um toque de botão pode-se alterar a sua configuração, em andamento. No modos 1 e 2 o sistema mantém uma óptima tracção e permite optimismo na hora de rodar o punho à saída das curvas. O modo 1, é o mais liberal e foi concebido para ser utilizado em condições ideais de aderência. O modo 3 também reduz a potência quando a roda traseira perde aderência e é ideal para condições escorregadias ou de piso molhado. O KTRC, é o mais avançado sistema de gestão do motor utilizado pela Kawasaki.

Ficha Técnica

1441 CC

200 cv

22 L

268 KG

TIPO 4 CIL. EM LINHA, REFRIGERAÇÃO LÍQUIDA

DISTRIBUIÇÃO 16 VÁLVULAS

BINÁRIO 162,5 NM ÀS 7500 RPM

EMBRAIAGEM MULTIDISCO EM ÓLEO

CAIXA 6 VELOCIDADES

TRANSMISSÃO POR CORRENTE

QUADRO MONOBLOCO EM ALUMÍNIO

SUSPENSÃO DIANTEIRA FORQUILHA INVERTIDA DE 43 MM, CURSO DE 117 MM

SUSPENSÃO TRASEIRA MONOAMORTECEDOR, CURSO DE 124 MM

TRAVÕES DISCOS DIANTEIROS DE 310 MM + DISCO TRASEIRO DE 250 MM, COM ABS

RODAS 120/70 ZR17’’ + 190/50 ZR17’’

DISTÂNCIA ENTRE EIXOS 1480 MM

ALTURA DO ASSENTO 800 MM

Cor disponível:

Cinza

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Preço Base:  €16.690 

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Texto: Luís Guilherme

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Jarno Saarinen
Jarno Saarinen
8 anos atrás

A moto é assim para o feio, e as fotos com as correntes e postes de pedra do Estádio Nacional não ajudam nada, já para não falar no fato do piloto… Quem passou na Marginal, decerto que passou por alguns locais mais interessantes para pano de fundo, e mesmo naquele local, creio que seria possível obter fotos menos… Como é que hei-de dizer? Hum… Já sei! Menos amadoras.

joao paulo
joao paulo
8 anos atrás

Boa noite…sou proprietário de uma zzr identica….venho perguntar a pessoa k ensaiou esta moto…se sabe quais os valores de compreensão e extençao da suspençao da frente e mono traseiro da moto em questão…a minha com os valores Standard fica insegura em curvas de alta velocidade…tive k fechar compreensão e extensão a frente…atrás abri compreensão…fechei extensão…fechei pre carga da mola…queria se possível um o número de cliks correto pra 67Kg…obrigado…

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